Oakland, CA

Depois de dois dias de folga, terça-feira era meu dia de ER Reserve (Reserva 24 horas, de meia-noite até meia-noite) seguido de mais um dia de AM Reserve.
Eu estava com o uniforme ajeitadinho sobre o sofá, mala praticamente pronta, tudo preparado caso fosse acionada. Eles nos dão pelo menos 2h de notificação para estar no aeroporto.
Também já estou de posse do meu FAA Certificate, então agora não tem mais essa de não poder ser acionada para vôo internacional.
Tentei dormir. Depois de uns minutos, adormeci. Mas acordei 3h da manhã, e 5h da manhã e novamente às 6h. Paranóia de não ter escutado o celular ou telefone.

Fiquei a manhã toda aqui em casa, torcendo para ninguém de lembrar de mim. Consegui arrumar e organizar parte da papelada do treinamento. É tanto papel, manual, formulário que quando preciso de algo não acho.

Meio-dia e ninguém ligou.

13:39h, toca o celular. Crew scheduling, ou como alguns chamam, screw scheduling:
Escala: – Tenho um vôo pra você com pernoite em Oakland e você vai ser a A. Mas não se preocupe, o vôo será com seus colegas de treinamento.
Eu: – Ok.
Escala: – A apresentação é 19:25h.
Eu: – Ok. Obrigada.

E era somente esse vôo mesmo naquela noite: Seattle-Oakland (California).
Foi MUITO legal. Primeiro porque pela primeira vez era eu sozinha lá na frente, mas trabalhando com colegas de aula. E segundo, tanto o vôo para Oakland como os dois vôos no dia seguinte estavam metade cheios. Bom para treinar 🙂
Tremi nas bases, é óbvio, mas tanto o pessoal de terra como os pilotos foram compreensivos e me deixaram tranqüila.
A gente sabe que mais cedo ou mais tarde iria trabalhar de A mesmo então eu prefiro passar por isso logo e não me preocupar mais.

Chegamos em Oakland, e no hotel, cada um foi pro seu canto. Aliás, hotel muito melhor que o de Spokane. Tinha até miniaturas da Bath & Body Works.
Eu estava morrendo de fome e pedi uma salada no quarto. A salada era enorme, mas dei conta de quase tudo.

Dormi que nem uma pedra. Acordei 9h da manhã com o despertador tocando.
O dia estava lindo mas nem saí pois a apresentação era 11h da manhã. Quase 11h, ligam pra gente avisando que o vôo estava atrasado e só precisaríamos descer 11:45h.
Os vôos seguintes: Oakland-Santa Ana, Santa Ana-Seattle, metade cheios, nenhum incidente (thanks!) e eu estava bem mais tranqüila que a noite anterior.

Trocamos de aeronave em Santa Ana e esperamos lá um pouquinho.
Enquanto isso, outra aeronave chegou – não a nossa – desviada da rota original pois a janela do piloto estava com uma rachadura e tinham que arrumar. Todo aquele povo saindo e sendo redirecionado e os portões de embarque estavam um pouco lotados.
Nossa aeronave, intacta, chegou e seguimos trabalhando para Seattle. Assim que estávamos decolando lembrei da minha bolsa… “Cadê minha bolsa?” Puts, esqueci na outra aeronave. Droga! Cabeça de vento. Felizmente não tinha documentos lá dentro.
Durante o vôo, comentei sobre minha bolsa com o piloto e eu sabia exatamente para onde a outra aeronave iria e ele conseguiu confirmar que acharam e deixariam no portão de desembarque. Ufa!

Pouco antes dos 10 mil pés, o piloto avisa que nós 3 comissários tínhamos que entrar em contato com a escala assim que terminássemos o desembarque desse vôo. Crap! Teoricamente poderiam nos colocar para trabalhar ainda até meia-noite.
Eram 18h e eu só queria saber de ir pra casa. Felizmente nos acionaram somente para começar o embarque de um vôo para o Alaska pois a tripulação original estava chegando com um outro vôo que estava alguns minutos atrasado.
Estávamos lá, fazendo o embarque e cruzando os dedos para que a outra trip chegasse. E chegaram! Eu não estava mesmo preparada para ir para o Alaska, não tinha nem trazido meu jaquetão.

Esta foi a minha quarta-feira. Quinta e sexta de folga, yes!
Amanhã, começa tudo de novo… ER Reserve no sábado, AM Reserve domingo e segunda.
Depois, 4 dias seguidos de folga e vamos para Las Vegas. Consegui ingressos para o KA (Cirque du Soleil) pela metade do preço.

Buh-bye!

Tem algum médico aqui?

Depois dos vôos de familiarização, na posição D na véspera e no dia do Thanksgiving, eu estava de AM Reserve (reserva na manhã, que compreende o período de 00:00h até 14h daquele dia) para aquela sexta-feira e sábado.
Lá pelas 23h da quinta-feira, olhei na minha escala e lá estava: vôo com pernoite de 24h em Puerto Vallarta – Mexico, posição A (chefe de equipe), com o resto da tripulação tudo mais senior que eu: 15 a 20 anos de empresa. Quase tive um treco.
Para notificar o pessoal da escala que eu vi que fui acionada para esse vôo, liguei para eles. Assim, pelo menos eles não me acordam de madrugada para avisar que tenho um vôo. Ah, outra coisa, uma vez acionada para um vôo, o vôo é seu e ponto final.
Falei com eles e avisei que eu era da turma nova e a primeira coisa que me perguntaram era se eu já tinha o FAA Certificate:
Eu: – Não.
Escala: – Ah, então você não pode fazer esse vôo. Vou te colocar de volta para a reserva.
Eu: – Ok. Obrigada.
Yessss! Salva pelo gongo 🙂 Não que eu não queira fazer esse vôo para o Mexico, muito pelo contrário. Naquela noite eu não estava preparada para isso.

Alguns minutos depois, vi que já tinham outro pernoite para mim: Spokane, aqui no estado de Washington, com apresentação 8:40h. Esse não é um dos pernoites mais atraentes… Pelo menos eu faria o vôo com outra colega de classe, a Phoebe.

Sexta-feira: começamos com um bate-volta San Jose, California. O engraçado foi que eu e a Phoebe trabalhamos juntas atrás e estávamos muito felizes com o nosso primeiro vôo de verdade. A chefe de equipe falou que ela estava um pouco de mal com a vida mas com nós duas a bordo melhorou o astral. Eu e a Phoebe estávamos sorrindo à toa.
Na hora da decolagem, no nosso assento, na posição de ‘impacto’ e durante 30 segundos, revisamos o procedimento em caso de emergência. Lá estávamos nós duas, sérias, decolando, e de repente o interfone voa por cima de nossas cabeças. Começamos a rir descontroladamente.
Depois que voltamos de San Jose, tínhamos uma espera de quase 3h no SeaTac (aeroporto de Seattle). Marido veio e almoçou comigo. Que lindo, não?
Ele voltou para casa depois e eu segui para o avião para fazer o vôo até Spokane. Eu e a Phoebe contínuamos no vôo mas teve troca de chefe de equipe.
Vôo curtíssimo, mas quando estávamos para pousar, o avião começa a fazer uma volta enorme.
Uma vez em terra, um frio do cão em Spokane e a van do hotel demora quase uns 20 minutos para nos buscar. E no hotel, cookies fresquinhos para a gente e como era 21h, eu só queria saber de dormir.

Sábado: apresentação 6h da manhã. Três ‘pernas’: Spokane-Seattle, Seattle-San Jose, San Jose-Seattle.
Tudo normal, com exceção do último trecho quando logo após a decolagem, um passageiro chama a gente ligando o botão de comissário. Na decolagem a gente não pode levantar, a não ser em caso de emergência e a chefe anunciou que, assim que possível iria para lá. Desligaram o botão. E ligaram de novo. Ok, hora de ver o que estava acontecendo. Como era mais na frente, a chefe logo foi para lá e eu cheguei logo depois. Quem tinha chamado era um casal de velhinhos preocupados com o cara ao lado deles, que estava branco e suando horrores. O cara só falava que tinha que ir ao banheiro.
Ajudamos ele e naquele momento já estávamos acima de 10 mil pés e perguntamos se havia alguém com experiência médica a bordo. Por sorte, tinha um casal de médicos. O cara ficou no banheiro por um tempo e abrimos a porta. Os médicos fizeram algumas perguntas para ele e descobrimos que o cara estava com diarréia e parecia ter uma infecção intestinal. Ele esteve na Tailândia por 2 semanas e no último dia se descuidou e tomou bebida com gelo. E sabe-se lá qual era a qualidade da água.
Deitamos ele no chão da galley dianteira e a essa altura, com um vôo lotado, todo mundo de olho no que estava acontecendo. Entregamos o kit médico e eles mediram a pressão sangüínea do cara em 70! Tomaram as providências para aplicar intravenosa e eu já estava lá com o tubo de oxigênio e administrando líquido pro cara. Os pilotos já estavam tentando contactar o MedLink mas não estavam conseguindo.
O médico, tremendo e suando também, tentou achar veia e furou o cara umas 4 vezes e não conseguiu achar nada. Por último a mulher dele tentou com a agulha mais fina que tinha a bordo e também não conseguiram.
A essa altura o cara até tinha melhorado um pouco, mesmo sem administrarem o que os médicos queriam com a IV. A pressão sangüínea estava em 90 e ele estava visivelmente diferente e falando mais também. Durante todo o vôo ele ficou no chão. Isso tudo aconteceu em 2h mas a gente não parou um minuto. Eu já estava dolorida numa das pernas pois estava agachada num espaço minúsculo entre a porta e um dos armários logo na entrada.
O cara falou que poderia sentar novamente na poltrona dele mas os médicos proibiram e aconselharam ele pousar deitado e preparamos um lugar para ele na galley, mas no lado direito (ele estava deitado no lado esquerdo). O pouso foi tranqüilo e foi solicitado aos passageiros que permanecessem sentados em solo para o médico ir até a frente da aeronave ‘entregar’ o cara aos paramédicos.
Durante todo o vôo, a única coisa que o resto dos passageiros receberam, foi água. E foi a Phoebe que cuidou desses 131 passageiros e todos eles, sem exceção, foram compreensivos e na hora que desembarcaram, a maioria nos parabenizou.

Foi uma experiência interessante e fico feliz de não ter sido nada mais sério mas na hora a adrenalina está a mil. É incrível como lembrei de tudo que aprendemos no treinamento. Eu já estava achando que o cara teria um infarto e já estava contando 2 respirações para cada 30 compressões. Felizmente não era esse o caso.
Não sei se somos informados sobre o que aconteceu com o cara depois. Acho que não somos notificados de nada, apenas fazemos a nossa parte em vôo. E acho que fizemos um ótimo trabalho de equipe.

Agora é oficial!

Final de semana de FOLGA bem aproveitado, com direito a muito descanso. Ô vida boa… Deve ser o meu último final de semana de folga por anos.
Até no cinema a gente foi… e eu não adormeci: isto é incrível!

Segunda-feira foi o dia da Base Orientation que foi o dia oficial da nossa contratação e entrega dos crachás de tripulação, estacionamento, e últimos detalhes. Foi muito bem rever parte da turma, – a outra parte está baseada em Anchorage.

Hoje, quarta-feira, foi o meu primeiro dia de vôo. Bate-volta Los Angeles 8h da manhã. Voei na posição D, que fica na frente com a A (chefe de equipe) para gente ficar bem de olho em todo o processo lá da frente. Durante o vôo, eu vou trabalhar na classe econômica.
Como era o primeiro dia, estava meio perdida no aeroporto pois nunca tinha ido ao estacionamento de funcionários, e daí em seguida tem que pegar um ônibus até o aeroporto, fazer o check-in na sala da tripulação, passar na segurança (furando fila, é claro), e uma vez no portão mais um checada com o CSA (Customer Service Agent) para daí entrar no avião. Isto se o avião estiver lá.
Tripulação gente fina. Passageiros tranqüilos, tanto na ida como na volta. Na volta estava lotado. Vôos saindo um pouco atrasados mas nos dois chegamos antes do horário previsto.
Na volta um casal mostrou umas fotos da viagem deles ao Tahiti. Que sonho. Mas imagino a dureza voltar pra Seattle com esse frio que fez hoje; pelo menos tivemos um dia lindo de sol. Uma menininha bochechuda de 10 meses ficou hipnotizada comigo e com a A; até peguei ela e fiquei passeando.

Gostaria de ficar aqui escrevendo mais detalhes mas preciso descansar. Amanhã o vôo que eu tenho sai mais cedo ainda: 6:45h! Isso quer dizer que eu tenho que fazer o check-in no máximo 5:45h, e antes disso tenho que pegar o ônibus, dirigir de casa até lá… ou seja, tenho que acordar 3h da manhã.

Buh-bye!

IOE

IOE – Initial Operational Experience

Foi na quarta-feira de manhã, bate-volta Long Beach (CA). Éramos em 3 colegas de classe mais uma supervisora, e mais as 3 F/A* do vôo.
Na primeira perna eu trabalhei na frente (primeira classe) e na volta, na econômica. Pela primeira vez sentamos nos jumpseats (assentos de F/A) e fechamos e abrimos as portas. E primeira vez também que fizemos a demonstração de emergência.
Tudo tranqüilo e teve momentos que eu me senti de volta à época da TransBrasil, como se nunca tivesse parado por 7 anos. Espero que continue assim.

Quarta-feira começa o negócio pra valer. Sem supervisor a bordo.

E essa folga, desde quinta-feira… estava mais do que na hora de uma folga.
Sexta-feira me deitei à tarde para tirar um cochilo e só acordei com o telefone tocando às 7pm e eu não sabia onde eu estava.

Agora vou voltar pra sala, para continuar com mais um cochilo.

*F/A = Flight Attendant

Class 07/6 Graduation

Depois do término do curso, cada um correu para seu hotel e foi se arrumar para a cerimônia de graduação. Cheguei encima do laço mas não fui a última, ufa.
Tiramos a foto de grupo oficial com o fotógrafo – coloco aqui quando tiver, e depois a cerimônia começou. Foi super rápido e cada um recebeu as suas asinhas. Teve uns comes e bebes mas quando eu fui para a mesa já haviam tirado praticamente tudo.

Foi muito legal mas por um lado parecia que não era comigo que isso tudo estava acontecendo: sou mesmo uma flight attendant agora? Como é que eu cheguei aqui?

Não tivemos muito tempo para comemorações já que no dia seguinte tinha o IOE logo cedo. O Marido ficou mais uma noite no hotel comigo e no dia seguinte nós dois acordamos cedo para seguir nossos rumos.

Provas Finais

Voltando no tempo…

De domingo até quarta-feira de manhã fiquei num hotel próximo ao aeroporto para evitar o trânsito e assim dormir alguns valiosos minutos a mais.
Segunda-feira começamos com a prova prática de evacuation drills e eram quatro ‘estações’: janelas do 737, porta do MD-80, tailcone do MD-80 (porta dos fundos) e prova oral sobre saída bloqueada do MD-80.
Comecei com a janela do 737 e depois de tantos treinos não tem segredo mas na hora eu ‘pulei’ um dos comandos e como a gente durante o teste não pode parar ou voltar atrás, segui com o drill. Passei. Perdi 10 pontos, mas passei e nem me toquei que saí da estação com a lanterna na mão. Só percebi quando a instrutora veio me perguntar se eu queria levar a lanterna para casa como lembrança do treinamento.
E as outras estações, tranqüilo. Cada comando certinho.

Depois da prova de drills tivemos a prova final de 100 questões. Todo mundo um pouco tenso e eu comecei a ficar em dúvida com algumas questões. Ainda bem que não mudei nada e segui com o que achei que estava certo desde o início. Terminei com 98%! Todos passaram!
Todo mundo feliz e o próximo assunto era ‘Emergency Response’. O que acontece quando ocorre um acidente aéreo com a empresa; tanto com familiares nossos como familiares dos passageiros. O apoio que eles dão é incrível mas espero que isso nunca seja necessário.
Depois dessa palestra depressiva fomos almoçar e quanto ao resto do dia, sinceramente, nem lembro mais o que tivemos.
À noite fui repassar o assunto de CPR com parte da turma no hotel onde eles ficam hospedados.

Ah, o vôo de sábado, para San Francisco foi super tranqüilo e 12:30h já estava de volta em casa.

Terça-feira foi a prova prática de CPR e era em dupla. Na nossa primeira tentativa esqueci de ligar o AED (defibrilador) logo no começo e assim, lá se foi a nossa primeira chance. Na segunda tentativa, passamos tudo muito bem e foi um alívio.

Forneceram pizza para o almoço e devolvemos cartões de acessos, recebemos a chave para abrir equipamento de emergência, apareceu o pessoal do sindicato e todo mundo já louco pra sair de lá pois logo mais era a cerimônia de graduação.

Também deixamos algumas mensagens no quadro para a turma seguinte, de janeiro/2008.

Uniforme

Hoje foi o primeiro, e único, dia que todos tínhamos que ir uniformizados para o treinamento. Todos estavam lindos!

O dia começou com a prova de emergência e para quem adormeceu no meio dos estudos, até que me saí bem. Infelizmente uma pessoa reprovou e não pôde mais continuar com o treinamento. É fogo sair agora justamente faltando tão pouco.
Depois da prova tivemos o teste oral sobre equipamento e eu fiquei feliz da vida porque quando vi, já tinha passado por 6 equipamentos e nem percebi. Ainda na parte da manhã tivemos o check de uniforme onde dois avaliadores literamente olham você de cima para baixo. Intimidating!

À tarde, drills e mais drills e todo mundo está super bem. Eram cinco estações e o que mais se ouvia era ‘grab ankles, heads down, grab ankles, heads down’ por todos os lados.

Estamos quase lá, falta pouco. Quase lá…

Long, long day

Cara, essa quinta-feira foi massante.
Dormi poucas horas na noite anterior e o dia inteiro era somente sobre emergência.
À tarde eu fiquei na cadeira de rodas. Cada aluno tem que passar um dia inteiro por essa experiência mas felizmente eu só precisei ficar metade do dia porque não há mais tempo útil para todos terminarem até a próxima segunda-feira.
Tivemos drills mas com simulação de fumaça na cabine. Na verdade não tinha fumaça, a gente tinha que colocar uns óculos pelos quais não conseguiamos ver nada e não bastasse isso inventavam diferentes situações (fogo, pouso na água, pax histérico, saída bloqueada) para ver como lidaríamos na hora.

Cheguei em casa podre, só querendo cama mas ainda tinha que me preparar para a prova sobre emergência e também a prova oral. Como eu estudo na cama, acabei adormecendo e só acordei com o despertador 5:30h da manhã.

Piscina

Dia longo, começou com aula às 5h da manhã e foi até 12:45h. Teve horas que eu realmente só queria deixar a cabeça cair na mesa e dormir. Eu estava podre.
Almoçamos na sala de aula, pizza providenciada pela empresa, para adiantar assunto e não precisar voltar para o treinamento depois da piscina.
Claro que a piscina foi a parte mais divertida de hoje. Entramos com roupa mesmo e tudo não levou mais que meia hora.
Com os salva-vidas inflados, (aliás, nunca inflem ele antes de sair do avião… mas espero que nunca ninguém passe por essa emergência) eu ria que me acabava com as caras espremidas de cada um. Teve algumas meninas que eu nem reconheci pois estavam sem maquiagem.

Uma turma de pilotos também participou e estavam bem perdidos pois não tiveram aula sobre o assunto como a gente teve na parte da manhã.
Aliás, por falar em pilotos, lá no prédio do treinamento tem simuladores de vôo e eles fazem os checks deles. Ontem mesmo vi um deles saindo com cara moída, exausto, se arrastando depois de sair do simulador.
E os pilotos de hoje, simpatícissimos, rimos um monte com eles.

Aliás, mais um aliás… eu continuo de cara com todos os funcionários. A primeira impressão que tive da empresa foi ótima, no dia da entrevista. As entrevistadoras eram simpatícissimas, em especial a querida da Betsy, e achei que seria só naquele dia mas todos os dias, todos os vôos só tenho cruzado com gente bacana.

Escorregador

Hoje começamos o dia às 7h da manhã, no hangar, e cada um deu uma escorregadinha.
Pela foto dá para ver que tinha 4 pessoas para amparar a pessoa que estava descendo mas eu passei lisa por todos eles. Ninguém conseguiu me segurar e fui parar no chão duro. Ok ok, tinha um colchãozinho no final mas mesmo assim foi uma bundada.

Voltamos para a aula e a manhã parecia não acabar nunca. Felizmente no final do dia fizemos drills de evacuação para acordar um pouco.
E a grande surpresa foi que recebemos as nossas malas.