30 comissários para SEA!

Hoje amanhecemos com neve no chão. Agora a pouco caiu bastante de novo. Porém, continuamos sem nada nas estradas… e que fique assim pois eu estou de reserva a partir da meia-noite. Não estou afim de passar o sufoco que passei umas semanas atrás – dia 14, quando passei a noite num hotel próximo ao aeroporto.

Uma ótima novidade é que da turma de 45 comissários que está em treinamento agora, 30 serão baseados em Seattle. Acabei de ler a notícia agora a pouco.

A escala mantém um quadro de 230 comissários na reserva. Agora estou lá no fim da fila, mas se continuarem contratando gente, melhor.
Até agora, podemos dizer que eu era a número 220, na fila. Com a turma nova, vou para 190. Mas peraí, tem mais. No total eles confirmaram 4 turmas para 2008 e se continuar vindo gente para Seattle, 30 por turma, eu chego no número 100 da fila ainda este ano!

Wish me luck!

San Francisco, CA dose dupla

A viagem de três dias foi muito tranqüila:
1) Seattle-San Francisco (pernoite SFO)
2) San Francisco-Puerto Vallarta-San Francisco (pernoite SFO)
3) San Francisco-Seattle
Muito fácil! E no último dia eu saí de SFO somente às 19h. Tive o dia todo livre.
A única parte desagradável foi chegar em PVR e não pernoitar ali. Eu era a comissária D, e essa pessoa às vezes troca de tripulação o tempo todo e pernoita sozinha. E foi o meu caso, todos os vôos eu estava com uma tripulação diferente e em SFO eu estava por conta própria.

No primeira dia, indo para SFO, uma das comissárias era uma antigona. Mas antigona mesmo. Ela voou nos anos 70 e tinha cada história, tanto é que está fechando as negociações para lançar um livro – pelo menos foi isso o que ela falou. O vôo estava atrasado e por isso tivemos tempo para ficar tagarelando.

O co-piloto desse vôo também era dos antigos e achei engraçado ele contando o que fez ele decidir seguir a carreira de piloto. Ele tinha 18 anos e um piloto da United, vizinho, convidou ele para ir junto até Honolulu num vôo, isso nos anos 70. Como ele não tinha dinheiro, falou ao piloto que não tinha condições de viajar. O piloto: “Poxa, mas o pernoite no hotel é apenas $10 e você viaja de graça comigo!” Claro que daí ele foi. Foi tratamento VIP no vôo, primeira classe, é lógico. Antes de deixar do avião, a tripulação fez uma limpa das bebidas alcoólicas e seguiram para o hotel. Vale ressaltar que naquela época, no Hawaii, 18 anos era a idade para beber álcool. Os dias que eles ficaram por lá foi a maior festa, e duas comissárias dando encima dele o tempo todo. Quando voltaram para o continente, ele falou para os pais dele: “Eu vou ser piloto de avião comercial!”
Claro que hoje em dia muita coisa mudou e quem trabalhou naquela época sempre tem história.

Voltando ao meu simples pernoite em San Francisco, no último dia, aproveitei para ir até a cidade. O nosso hotel fica ao lado do aeroporto e fui de metrô e depois com o cable car, até o Pier 39. Almocei um clam chowder por lá. O dia não estava dos melhores, chovia e fazia frio e eu com minha jaquetinha, estava sofrendo. Depois de almoçar decidi ir até o centro comercial, pelo menos lá era tudo coberto e aquecido.
E foi isso. À noite voltei para Seattle, feliz da vida para aproveitar a minha tão esperada folga no final de semana.

Denver, CO e Phoenix, AZ

Semana passada tive duas viagens de três dias.

A primeira, com pernoites em Denver, CO e Phoenix, AZ.
A melhor parte dessa viagem é que no primeiro dia tivemos três pernas, no segunda dia somente duas pernas, e no último dia era somente Phoenix-Seattle.

Nessa viagem, com 737-700, eu estava trabalhando de A (chefe) e foi bom para treinar e me sentir mais confortável. Era a primeira vez que eu estava completamente sozinha lá na frente, já que em outros vôos com temos outro(a) comissário(a) para nos ajudar. Para dizer a verdade, eu adoro trabalhar na primeira classe. Geralmente o pessoal é tranqüilo, sempre tem comida, bebida é de graça e muitos acabam dormindo o tempo todo.
Em Denver sequer saí do hotel. Estava frio e não tinha levado roupa apropriada para ficar caminhando em temperaturas de 0C ou menos. Aproveitei para ficar dormindo até 11h da manhã.

Já o pernoite em Phoenix, ou melhor, ficamos em Scottsdale, eu aproveitei mais – e também estava mais quente do que Denver.

Ficamos num hotel ao lado da Old Town City e fiquei passeando por lá. O dia estava lindo e não estava frio. Achei tudo muito lindinho e estou com vontade de voltar para lá e visitar os desertos.
Voltei para casa na segunda-feira à noite e umas horas depois eu já vi que tinha outra viagem de 3 dias para mim, na manhã seguinte.

Tampa de privada
Scottsdale Oldtown

Neve

Segunda-feira, final da tarde, a escala me liga e avisa que no dia seguinte tenho ensino, e o assunto era diversidade no trabalho.
“O que?”, foi a minha reação. “Mas eu já passei por esse treinamento em outubro.” Eles responderam que não era a mesma coisa, que eu tinha que ir no ensino, 8:30h-12:30h e ponto final. Fiquei irada.
Durante o treinamento de diversidade, eles enfatizaram que a nossa era a primeira turma que teria esse treinamento junto com o F/A training. Procurei a apostila, para confirmar o nome do curso e conteúdo, e liguei de volta pra escala. Eu não estava nem um pouco afim de ir pro ensino para lá confirmarem que sim, eu já tinha passado pelo treinamento de diversidade, e me mandarem de volta pra casa. Felizmente consegui falar com outra pessoa, passei os dados do curso que tinha feito em outubro, e na hora ela me colocou de volta pra reserva.
Ontem fiquei sabendo que uma das gurias da minha turma acabou indo até o ensino, devem ter chamado ela depois que tiraram meu nome, e foi lá à toa.

Começo da noite, começa a nevar… e neva. E neva. E eu preocupada. Estava de reserva e meu carro não é apropriado pra dirigir na neve, isto se conseguir de sair de casa em primeiro lugar.
Marido voltou do trabalho e falou que a situação estava ficando feia, com carros parados na estrada. Foi o fator decisivo pra eu pegar minhas coisas e passar a noite num hotel ao lado do aeroporto. Caso me ligassem, e eu não pudesse sair de casa por causa de neve, vocês já sabem: 2.5 pontos na manga. Não preciso disso, pelo menos agora no período probatório.

Dirigir daqui de casa até a I-90 (auto-estrada) foi uma aventura. Quando eu estava descendo o morro, no sentido contrário havia uma fila enorme pois carros estavam patinando e até um ônibus estava atravessado no meio da estrada.
Achei que quando chegasse na I-90, a situação iria melhorar. E melhorou, mas teve um pedaço, onde ainda estava nevando forte, onde vi dois carros em valas. Só começou a melhorar mesmo na 405 onde, depois de um trecho, nem chuva não tinha caído.
Assim que cheguei no hotel, já recebo ligação da escala e tinha um vôo pro dia seguinte, um bate-volta San Diego. Como a apresentação era somente 9:45h, poderia ter uma noite de sono, completa.

7h da manhã, toca meu celular. Só pode ser escala. Mas não era. Era minha colega de classe, avisando que estaria trabalhando no mesmo vôo que eu.
O vôo foi muito bom, apesar de ser com MD-80 indo para San Diego. A parte chata é que tínhamos 3h de sit time (espera). A outra comissária comentou de um lugar que tem tacos de peixe maravilhosos, e fomos para lá. Realmente, era um delícia. Lambi os beiços.
Essas 3h passaram voando. Ficamos conversando direto e foi ótimo. A volta para Seattle, foi tranqüila também.

Pontos

Domingo ensolarado lindo! Eu ainda estava de dispensa médica mas já me sentia bem melhor que o dia anterior.
E hoje, segunda-feira, estou de ER Reserve e amanhã AM Reserve. Pra variar não dormi bem essa noite. Achei que me ligariam e no final das contas, nada!

Vi agorinha que os 2 dias de dispensa médica já foram computados e pelo sistema de pontuação, cada dia de DM equivale a 0.5 ponto. Eu teria 1 ponto no meu histórico mas a minha reserve buddy* falou para usar o sistema de redução de pontos antes de voltar à ativa. Temos direito a usar a redução uma vez a cada trimestre, se necessário.

Você não quer nenhum ponto no seu histórico, o objetivo é finalizar cada trimestre com saldo zero. Felizmente, continuo com zero.
Espero não ficar mais doente, pelo menos neste trimestre. Não, não, o que eu não quero MESMO é chegar atrasada, que no caso seriam 2.5 pontos! Ouch. Por isso que eu me estresso e saio no mínimo 90 minutos antes da hora de reportar pro trabalho.

Pior que antes dessa história de dispensa médica eu nem lembrava mais que chegar atrasada equivaleriam a tantos pontos. Agora vou ficar me revirando mais ainda na cama quando estiver de reserva…

* Reserve Buddy é um(a) comissário(a) que voluntaria a ajudar os comissários recém contratados. As dúvidas que o pessoal novo tem são inúmeras então é bom ter alguém com quem você pode contar a esclarecer tantas perguntas. Há um reserve buddy para cada comissário(a) recém-contratado(a). Eu ainda não conheço minha RB pessoalmente, geralmente nos comunicamos por e-mail ou telefone. Nesses últimos dias a ajuda dela foi de grande valia. Eu nunca teria lembrado de usar esse sistema de redução de pontos.

Reposicionamento de reserva

Hoje, pela primeira vez, tentei um reposicionamento de reserva. Para minha surpresa consegui trocar reserva de um sábado E domingo para uma quarta e quinta-feira. Dessa maneira, consegui um final de semana livre este mês! Isto sem contar este final de semana, de hoje e amanhã, que estou em casa, de dispensa médica. Só que a dispensa médica não é tão legal pois assim terei dois pontos no meu arquivo. Quanto menos pontos você tiver, melhor. Vou tentar cancelar esses pontos antes de voltar ao trabalho.

Já estava mais do que na hora de eu começar a ‘trabalhar’ a escala que recebo e solicitar os dias livres que eu quero. Estou tão feliz que aprovaram a minha requisição!
Daqui pra frente tenho que aprender mais coisas para quando maio (minhas férias) chegar, tentar estender os meus DOIS dias de férias o máximo possível. Isso mesmo, esse ano tenho dois dias de férias. Pelo menos é um final de semana e acho que consigo liberar uns dias antes e depois para ter um período mais longo.

Lembro do marido de uma comissária, que estava junto conosco num pernoite em Mazatlan. Ele falou que a mulher dele ‘trabalha’ a escala de uma maneira que no final do mês, fica completamente diferente do que ela recebe.

Bidding

É aquela época do mês: bidding!
Do dia 10 ao dia 15, todo mês, é quando a gente entra com os nossos lances (?) para as linhas do próximo mês.
São 1107 linhas e a gente pode ordenar, por preferência, a linha que você quer.

As primeiras 1079 linhas são escalas regulares, com vôos programados e dias de folga.
As linhas 1080 até 1107 são as linhas de reserva, onde somente constam os dias de folga e o restante é ou AM Reserve (1080-1093) ou PM Reserve (1094-1107).

Como eu estou lá no fim da senioridade, nem perco tempo, coloco de cara, como preferência: 1-1079. Ou seja, qualquer linha que não seja reserva, eu aceito.
Depois disso, olho cada linha e daí vou lançando: 1-1079, 1085, 1092, 1084, até passar por cada uma das linhas de reserva.
É muito importante fazer o bidding. Se você esquecer, você fica com o que ninguém quer.

Dia 16 ou 17 ficamos sabendo dos resultados e então temos a nossa escala para o mês seguinte.

A média de tempo que o pessoal fica em reserva, na base Seattle, é de 4 a 5 anos.

Novamente Cancun

E a madrugada de sábado foi mais uma daquelas que acordei de hora em hora. No final das contas, fui acionada para ficar de standby no aeroporto das 14:30h até 18:30h.
45 minutos depois do início do standby já me ligaram e tinham um vôo de 3 dias para mim:
Sábado: Seattle-San Francisco deadhead
Domingo: San Francisco-Cancun
Segunda: Cancun-Seattle
Nada mal esse vôo, o chato é que fico fora o final de semana todo. Uma perna cada dia, sendo que no sábado nem trabalhei: fui de extra.
E ontem, segunda-feira, na volta de Cancun, eu era a quinta comissária – o normal são apenas quatro.

Vale lembrar que as operações na quinta e sexta-feira estavam uma confusão com vôos atrasados e cancelamentos por causa do tempo na costa oeste. As coisas começaram a voltar ao normal, aos poucos, a partir do sábado à tarde.
O pernoite em SFO foi curtinho. Duas colegas da minha turma também foram de extra no mesmo vôo e à noite colocamos fofocas em dia na hot tub. Fiquei sabendo que uma outra da nossa classe que desistiu de voar. Não aguentou essa rotina.
O vôo para Cancun no dia seguinte, foi praticamente lotado. Na primeira classe tivemos um casal de noivos e a família que estavam indo para Cancun para a festa de casamento. Já escutamos a algazarra de longe, quando ainda estavam no corredor. E foi assim o vôo todo e some a isso muito álcool.

Em Cancun, tempo maravilhoso, brisa do mar, ahhhh… À noite, saímos com outras tripulações para jantar num barzinho escondido. Tínhamos que gritar para conversar, tanta a barulheira com música americana e mexicana!
De volta ao hotel, dormi 12h direto. Eu estava mesmo precisando desse descanso.

No dia seguinte não me restou muito tempo a não ser tomar o café da manhã, dar uma caminhada e me preparar para a volta.

No retorno para Seattle estávamos lotados. Eu era a quinta comissária mas acabei trabalhando bastante porque uma das comissárias ainda estava passando mal; chegou a vomitar e tudo na noite anterior.

E agora estou aqui, no meu útimo dia de reserva. Se chegarmos em 14h e não me ligarem, estou livre.

Cabo e Virada de Ano

Naquele sábado, depois da complicação pra voltar pra Seattle, tinha que reportar para um bate-volta Phoenix às 5:10h. Preciso escrever que eu estava cansada mesmo antes de começar a trabalhar? Felizmente trabalhei na primeira classe e foi muito fácil. Consegui descansar um pouco, mas lutando para não adormecer sentada.

E na madrugada do dia 30, finalmente fico sabendo onde vou passar a virada de ano:
– 30/12 em Cabo, Mexico
– 31/12 tchan-tchan-tchan-tchaaaan: Portland, OR!
Não poderia ser o contrário? O lugar onde ficamos em Portland é um hotel ao lado do aeroporto. Antes fosse no centro da cidade…

O pernoite em Cabo é num resort all inclusive, à beira da praia. Eu achei Cabo lindo! Do pouco que eu vi, achei lindo 🙂 Quero voltar pra lá.
Chegamos no hotel em torno das 15h e toda a tripulação foi direto pra beira da piscina e mandaram ver nas bebidas. O co-piloto era filho de brasileiros e até papeamos em português. Não teve um momento que os copos estavam vazios. Margaritas, cervejas, shots de tequila… Até a comandante não estava deixando passar nada.
Uma das comissárias até saiu correndo e foi montar um cavalo na praia. Ficamos naquela mesa à beira da piscina a tarde toda. Saímos de lá quando começou a ‘esfriar’ um pouco e a fome apertou. Seguimos para um dos restaurantes (all inclusive, não esqueça) e jantamos. De sobremesa peguei um sorvete frito, coisa que eu nunca tinha visto antes.

Depois da janta: cama! Capotei.
No dia seguinte, só acordei a tempo de tomar café da manhã, com uma vista maravilhosa, e já era hora de se preparar para trabalhar. Eu queria ter aproveitado muito mais mas não tinha tempo. Cabo é um dos lugares para onde quero voltar.
Seguimos para San Francisco e em seguida para Portland, onde chegamos em torno de 21h.

Era dia 31 de dezembro, e o Marido veio passar a virada junto. Dirigiu de Seattle até Portland.
Ficamos no lounge do hotel e… bebemos. Tocamos a corneta na hora da virada e foi isso.

Para todos os amigos que convidaram para Natal, virada de ano, MUITO OBRIGADA! Um feliz 2008 para todos e desculpem o sumiço das últimas semanas.
Este final de ano foi uma correria. Mas não desistam de mim, ok? 🙂