Anchorage, finalmente cheguei!

Sério, somente agora chegamos no hotel. O pinga-pinga aéreo chegou ao fim. Apresentação foi 5:45h da manhã e agora são 17h aqui (18h em Seattle).
Não foi ruim, só foi demorado. A pista em Ketchikan estava escorregadia demais para pouso e daí tivemos que ficar orbitando até o pessoal de terra colocar mais ‘deicing’.

Aqui em Anchorage, sol. Está lindo lá fora. Está frio lá fora.
Vou ficar por aqui mesmo. Preciso colocar a nova revisão no manual de comissários e mais do que tudo: dormir!

Aí vão umas fotos que tirei agorinha, da janela do quarto.

 

 

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Mt. Redoubt, Alaska – vai entrar em erupção?

Um tal de vulcão Mount Redoubt, no Alasca, está com atividade sísmica forte há alguns dias.

Eu nem estava sabendo de nada disso. É que apareceu um aviso na página de comissários, dizendo que a atividade sísmica intensificou nas últimas 8 horas. Dada a proximidade com Anchorage, o pessoal está de olho e a população já está se preparando para uma possível erupção. Óculos de proteção e máscaras estão sendo vendidos a pleno vapor.

Pernoite Juneau, AK

Semana passada, finalmente fui acionada para uma viagem de dois dias. O pernoite – primeiro deste mês – foi na cidade de Juneau, Alaska.

A tripulação era ótima, com exceção do comandante. A chefe de equipe era minha colega de classe.
No primeiro dia, somente uma perna: Seattle – Juneau. O vôo atrasou 45 minutos pois os mecânicos trocaram parte do computador. Até queria tirar uma foto do flight deck com um buraco naquela parede de controles, mas dei bobeira.
Uma vez em Juneau, eu estava ansiosa para dar uma volta na cidade já que da outra vez chegamos super tarde e já estava escuro.
Me informei sobre os horários de vôos de helicópteros e aviões. Quem sabe numa próxima vez, sobra lugar e daí, tripulantes podem ir de graça nos vôos para ver as geleiras.

Três navios estavam na cidade naquele final de tarde. Por coincidência, também estava lá o navio no qual farei o cruzeiro com o Marido e meus pais em setembro.
Subi o Mount Roberts, com o bondinho, também aproveitando o super desconto para tripulante. Outros comissários já me falaram que é para andar sempre com o crachá da empresa pois a gente consegue desconto em vários lugares no Alaska.

O tempo estava nublado, o que é normal por lá, mas pelo menos estava aberto para ter uma vista legal lá de cima.
No dia seguinte, a apresentação era às 5h da manhã. Retornamos para Seattle com uma escala em Ketchikan, e pronto. 11h da manhã e eu estava liberada.

Algumas fotos da minha volta em Juneau, no post anterior.

Juneau, AK

Para o mês de junho eu escolhi PM Reserve, e o sobreaviso nessa reserva é das 10h até meia-noite. Corre a lenda que você pega vários vôos na madrugada mas acaba voando menos e os pernoites não são para lugares tão legais.
Eu resolvi testar a parada, e por enquanto, estou gostando. Pelo menos não sou acordada durante a madrugada e posso dormir mais na parte da manhã.

Segunda-feira nem me acionaram, e para terça-feira, tive a sorte de pegar um vôo de três dias. Uma noite em Juneau (Alaska) e a segunda em San Diego (California).

Como podem ver, estava chovendo em Juneau. O pernoite foi curtíssimo. A única vista que eu tive da cidade foi da janela do meu quarto. Quando abri as cortinas, levei um susto com a montanha ali esfregada na minha cara.
No caminho para o aeroporto, o motorista estava comentando dos quatro navios ancorados no porto. No verão chegam a ter seis cruzeiros por dia na cidade.

No vôo de Seattle para San Diego, tirei a foto do Mount Rainier, escapando da chuva interminável da região.


Prudhoe Bay, AK -32C!

Terceira, e última, parte desse vôo de 3 dias: Anchorage-Prudhoe Bay-Anchorage.

Então, dormi praticamente a manhã inteira. Decolamos com o Combi, para Prudhoe Bay, às 13:49h. Apenas 24 passageiros a bordo, dos quais apenas 3, eram mulheres. Para quem não sabe, Prudhoe Bay fica no norte do Alaska. No mapa, procure pelo Oceano Ártico. Prudhoe Bay fica a leste de Barrow.

Quando perguntei a um dos passageiros quantos habitantes havia em Prudhoe Bay, ele respondeu: “Ninguém vive lá.” O pessoal vai para lá apenas a trabalho, ficam por algumas semanas, ou meses. E o que move Prudhoe Bay? Extração de petróleo. O mesmo cara me contou que é dali que vem 20% do petróleo consumido pelos EUA. Já ouvi falar do oleoduto que corta praticamente todo o Alaska, mas não sabia que era ali que começava. Vivendo e aprendendo.

Começamos o serviço e achei que venderíamos muita bebida, mas a comissária que estava comigo falou que, na ida, geralmente não é consumido praticamente nada. É na volta para Anchorage que eles bebem, felizes por estarem voltando para casa. E era verdade, ninguém pediu nada.
O vôo era tão tranqüilo que até tive tempo de tirar fotos. É incrível a imensidão de ‘nada’ e gelo. Depois do desembarque dos passageiros, coloquei meu sobretudo e luvas e já comecei sentir o frio de -32C! Isso mesmo: -32C, tem noção disso? Eu não tinha, e resolvi sentir na pele. Saí do avião, desci as escadas e na hora senti o frio congelante. Eu estava com o cabelo preso e sem proteção para orelhas ou touca. Respirei fundo e tive uma sensação estranha, parecia que senti o frio entrando nos pulmões. Não sei sei se isso é possível, mas essa é melhor maneira de descrever o que senti. Não fiquei mais que 2 minutos lá fora, mas achei a experiência interessante.

O comandante, que era o mesmo com quem eu fiz o vôo pra Honolulu, em dezembro, disse que iria comprar sopa caseira para nós. E não que ele trouxe mesmo? Era uma sopa com feijão e tomate.
Na volta para Anchorage, tivemos 35 passageiros, somente homens e desta vez, sim, foi consumido muito álcool. Na decolagem deu para ver o oleoduto. Ele percorre o estado de norte a sul, numa distância de 1300km.

Logo depois que pousamos em Anchorage, recebi a mensagem para entrar em contato com a escala. Eu tinha certeza que era alguma mudança para o meu vôo do dia seguinte, provavelmente mais um pernoite no domingo, mas qual não foi a minha surpresa quando me falaram que eu voltaria para Seattle, de extra, em duas horas. Fiquei muito feliz. Eu que estava pronta para mais um pernoite em Anchorage, quase não acreditei.

Pernoites em Anchorage

Depois do bate-volta Bethel, seguimos novamente para o hotel.

Como a minha escala foi alterada – mais um pernoite amanhã – eu e a Tina não continuamos juntas. Ela voltaria para Seattle no dia seguinte. O meu vôo de sábado, bate-volta Prudhoe Bay, era somente à tarde.
Aproveitei o final da tarde de hoje, para caminhar um pouco. O tempo estava bonito com temperatura de 8C.
Tirei as fotos deste lago, que fica aqui ao lado do hotel.
O lago está congelado e os aviões decolam e pousam ali.

Anchorage, AK

E lá fui eu, terça-feira de manhã, para o dia de 4 decolagens e 4 pousos. O avião era o 737-400 e voei com aquela comissária cheia de histórias e que pretende lançar um livro. Eu gosto dela. Simpática e prestativa.

Só tivemos serviço na primeira e última perna. Nas outras duas pernas oferecemos somente suco de laranja já que os vôos eram de apenas 30 minutos.
O pouso em Juneau (capital do Alaska) foi lindo. O céu estava com poucas nuvens e a pista fica próxima de montanhas cobertas de neve.
Chegamos em Anchorage em torno das 14h e não estava tão frio como eu imaginava. Foi só chegar no hotel, trocar de roupa e saí para caminhar pela cidade. Só que não aguentei muito tempo, o frio estava começando a ‘pegar’. Apesar de estar com luva, tive que entrar numa loja para me esquentar, pois os dedos estavam começando a doer de frio.
Na praça da cidade, vi algumas esculturas de gelo, que já tinham começado a derreter. Tirei uma foto de um castelo que estavam construindo naquele dia.

Depois de dar uma rápida olhada no shopping, para me esquentar de novo, voltei para o hotel porque não tinha mais jeito.
Jantei um belo de um gnocchi com halibut e tomate seco! Dormi 12 horas direto.