Prudhoe Bay, AK -32C!

Terceira, e última, parte desse vôo de 3 dias: Anchorage-Prudhoe Bay-Anchorage.

Então, dormi praticamente a manhã inteira. Decolamos com o Combi, para Prudhoe Bay, às 13:49h. Apenas 24 passageiros a bordo, dos quais apenas 3, eram mulheres. Para quem não sabe, Prudhoe Bay fica no norte do Alaska. No mapa, procure pelo Oceano Ártico. Prudhoe Bay fica a leste de Barrow.

Quando perguntei a um dos passageiros quantos habitantes havia em Prudhoe Bay, ele respondeu: “Ninguém vive lá.” O pessoal vai para lá apenas a trabalho, ficam por algumas semanas, ou meses. E o que move Prudhoe Bay? Extração de petróleo. O mesmo cara me contou que é dali que vem 20% do petróleo consumido pelos EUA. Já ouvi falar do oleoduto que corta praticamente todo o Alaska, mas não sabia que era ali que começava. Vivendo e aprendendo.

Começamos o serviço e achei que venderíamos muita bebida, mas a comissária que estava comigo falou que, na ida, geralmente não é consumido praticamente nada. É na volta para Anchorage que eles bebem, felizes por estarem voltando para casa. E era verdade, ninguém pediu nada.
O vôo era tão tranqüilo que até tive tempo de tirar fotos. É incrível a imensidão de ‘nada’ e gelo. Depois do desembarque dos passageiros, coloquei meu sobretudo e luvas e já comecei sentir o frio de -32C! Isso mesmo: -32C, tem noção disso? Eu não tinha, e resolvi sentir na pele. Saí do avião, desci as escadas e na hora senti o frio congelante. Eu estava com o cabelo preso e sem proteção para orelhas ou touca. Respirei fundo e tive uma sensação estranha, parecia que senti o frio entrando nos pulmões. Não sei sei se isso é possível, mas essa é melhor maneira de descrever o que senti. Não fiquei mais que 2 minutos lá fora, mas achei a experiência interessante.

O comandante, que era o mesmo com quem eu fiz o vôo pra Honolulu, em dezembro, disse que iria comprar sopa caseira para nós. E não que ele trouxe mesmo? Era uma sopa com feijão e tomate.
Na volta para Anchorage, tivemos 35 passageiros, somente homens e desta vez, sim, foi consumido muito álcool. Na decolagem deu para ver o oleoduto. Ele percorre o estado de norte a sul, numa distância de 1300km.

Logo depois que pousamos em Anchorage, recebi a mensagem para entrar em contato com a escala. Eu tinha certeza que era alguma mudança para o meu vôo do dia seguinte, provavelmente mais um pernoite no domingo, mas qual não foi a minha surpresa quando me falaram que eu voltaria para Seattle, de extra, em duas horas. Fiquei muito feliz. Eu que estava pronta para mais um pernoite em Anchorage, quase não acreditei.

2 comentários em “Prudhoe Bay, AK -32C!

  1. Sem querer te apavorar, mas você sabe o porquê do de-icing? Eu achava que o peso do gelo poderia causar problemas, mas não tem a ver. Eu também achei que os controles poderiam congelar (alerões, flaps, etc). Também não é o caso. No fim das contas o gelo forma uma camada irregular na frente e topo das asas e atrapalha o fluxo do ar. Como avião vôa por causa da diferença da distância percorrida pelo ar em cima e em baixo da asa, a mudança na textura e formato da asa pode fazer o avião perder sustentação e fazer “stall” e cair, independente de quanta força o motor faça.
    Divertido, não?

  2. Não fiquei apavorada não, Ivan.

    Pois é, o problema é o gelo. E outra coisa que fiquei sabendo naquele dia, é que temos uma ‘janela’ de 11 minutos para decolar depois que fazem o de-icing.

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